Como surgiu o fotógrafo Fred e sua paixão em fotografar o Nordeste e toda a sua diversidade cultural e social, para além da fotografia comercial.
Fotografia: Fred Jordão/Web (Cinema Pernambucano)
Fotógrafo há mais de 30 anos, o pernambucano Fred Jordão nascido em 1964, passou a maior parte de sua infância na capital do Rio Grande do Sul e com 16 anos se mudou para Brasília, onde entrou na área de comunicação, cursando Jornalismo no Centro Universitário de Brasília. Mais adiante aos 21 anos retornou a Recife ingressando na fotografia em 1986, aos 22 anos terminou sua graduação no curso de Comunicação Social na Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), no ano de 1988. Jordão já foi jornalista fotográfico do Jornal do Comércio (1989-1991), e Diário de Pernambuco (1993-1994).
Ele destaca que seu contato com a arte vem desde muito jovem, desde as sessões de cinema organizadas pelo seu pai em sua casa na infância. Mesmo afirmando que leva a fotografia como algo mais profissional voltado em sua maioria para o jornalismo, confirma que ela se torna arte quando leva informação ao cidadão comum e faz com que conheça outras pessoas e suas histórias. Dessa forma, sua conexão com esse meio se deu após ganhar uma máquina fotográfica, ele fala que nunca pensou em trocar de profissão e sempre gostou do que faz.
Adiante na carreira do fotojornalista pernambucano, Fred Jordão já participou da filmografia de diversos filmes e documentários como, O Rap do Pequeno Príncipe Contra as Almas Sebosas (2000), Baile Perfumado (1996), Clandestina Felicidade (1998), Acqua Movie (2019), Comida é Arte - Terroir Brasil (2020), e O Circo voltou (2021).
Além de produzir diversos fotolivros, alguns sendo de forma colaborativa, cada um carrega sua própria essência e significado, desde Sertão Verde-paisagens (2012), no qual tinha o desejo de mostrar o Sertão moderno, o impacto da globalização naquela localidade, mostrar o outro lado, a fim de desconstruir o estereótipo de negatividade que é dada a essa região. Como também, “Eu vi o mundo” (2006), que transmite o desejo de mostrar o revolucionário movimento manguebeat. Não esquecendo do Projeto Lambe-Lambe (1995), que conta com parcerias de fotógrafos do estado de Pernambuco, onde montaram um estúdio de fotografia a céu aberto para contar um pouco sobre a história do carnaval de Recife, e o livro intitulado de RECIFE, mostrando o antes e o depois da capital e como ela se modificou durante anos, sendo publicado no ano de 2018 e concorreu ao prêmio Jabuti em 2021.
Fotografia: Fred Jordão/Web (Cinema Pernambucano)
Fred Jordão é conhecido pelas suas exposições, algumas delas já conhecidas Brasil afora, todas focando nas belezas e culturas nordestinas, em especial no seu estado Pernambuco, no qual conta que o motivo que leva a isso, é a riqueza e diversidade que se guarda, sendo um estado vasto e com muitas histórias para serem contadas de perspectivas divergentes.
Apesar dos grandes feitos dentro da fotografia e de uma carreira brilhante, diz encontrar dificuldades por falta de visibilidade e verba para essa cultura, se investisse mais culturalmente, se teria mais trabalhos fotográficos. Se tem público, conteúdo e profissionais, o que falta é o investimento financeiro, afirma Fred Jordão.
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